terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

David Hunter Hubel



David Hunter Hubel  era um canadense neurofisiologistaconhecido por seus estudos sobre a estrutura e função do córtex visual. Ele foi co-destinatário com Torsten Wiesel de 1981 do Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina (compartilhado com Roger W. Sperry), pelas suas descobertas sobreprocessamento de informação no sistema visual. Para a maior parte de sua carreira, Hubel foi o John Franklin EndersProfessor Universidade de Neurobiologia da Harvard Medical School. Em 1978, Hubel e Wiesel foram agraciados com o Prêmio Louisa Gross Horwitz da Universidade de Columbia. 

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sábado, 16 de janeiro de 2016

Frase de Albert Einstein

Faustino do Prado Xavier


Faustino do Prado Xavier nasceu em c.1708 na pequena Vila de Mogi das Cruzes, filho de um comerciante local nascido durante a travessia dos pais do Reino para o Brasil. Estudos genealógicos indicam que há, pela parte do pai, um parentesco próximo do nosso Padre com o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, personagem histórico de vulto nacional, cujos avós saíram de Mogi para as Minas Gerais.
A serventia de Faustino na prática musical ordinária da Vila foi de curta duração. Em 1729, aos 21 anos foi nomeado pelo Bispo do Rio de Janeiro, D. Fr. Antonio de Guadalupe, Mestre da Capela da igreja matriz - estando vago o cargo - "pela muita perícia na arte da música"; esse superlativo já o diferencia do indicativo de "perícia na Arte da música", costumeiro nas provisões dadas pelos Bispos aos Mestres de Capela, bem como da qualificação de "músico destro" que para outros aparece.
Além da Matriz, teve a seu cargo o mestrado da capela do Convento local de N. Sr.ª do Carmo. Mas sua meta era o sacerdócio. Nem bem passaram cinco anos, obteve o grau de presbítero (ordens menores) e assumiu a função de Vigário Coadjutor da igreja matriz de Mogi. Desse modo, não pôde acumular a gestão paroquial com a gestão oficial da música. Logo, alegando a "penúria de sacerdotes" na Vila, tomou "as mais ordens" e passou a Vigário titular. Em 1736, entretanto, já se transfere para fora da localidade. Serviu de pároco (1742-1746)em Aiuruoca-MG e em outras paróquias da Capitania de S. Paulo (documentadamente, como Vigário Encomendado da matriz da Vila e Porto de Santos a partir de 1751) até fixar-se na Sé de São Paulo. O sacerdócio era efetivamente a sua vocação. Aos 18 anos fez a sua candidatura às "ordens menores, e sacras", obtidas somente em 1732. O sacerdócio e o comércio.
Encontradas as partes musicais manuscritas, várias questões se colocaram relativas ao contexto histórico-social e à organização da prática musical, à autoria e à circulação das obras, além dos aspectos diretamente ligados aos documentos, ou seja, a notação e o papel. Essas pesquisas têm continuidade ainda hoje. Uma geografia da arte - e da música, em particular - na antiga Capitania de S. Paulo é uma empreitada doravante necessária para melhor entendimento das obras preservadas.

 Fonte: Revista Eletrônica de Musicologia, vol. 1.2/Dezembro de 1996


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy

Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy conhecido como Felix Mendelssohn foi m compositorpianista e maestro alemão do início do período romântico. Algumas das suas mais conhecidas obras são a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que inclui a famosa marcha nupcial), dois concertos para piano, o concerto para violino, cerca de 100 lieder, e os oratóriosSão Paulo e Elijah entre outros.
Filho do banqueiro Abraham Mendelssohn e de Lea Salomon, e neto do filósofo judaico-alemão Moses Mendelssohn, membro de uma família judia notável, mais tarde convertida ao cristianismo. Começou a compor aos nove anos (mais tarde mudou seu sobrenome para Mendelssohn Bartholdy).
Felix cresceu num ambiente de intensa efervescência intelectual. As maiores mentes da Alemanha foram visitas frequentes da sua família na casa em Berlim, incluindo a Wilhelm von Humboldt e Alexander von Humboldt. Sua irmã Rebecca casou com o grande matemático belga Lejeune Dirichlet.
Abraão renunciou a religião judaica,A família mudou-se para Berlim em 1811. Abraão e Lea tentam dar a Felix, ao seu irmão Paul, e às suas irmãs Fanny e Rebeca, a melhor educação possível. Sua irmã Fanny Mendelssohn (mais tarde, Fanny Hensel), se tornou conhecida pianista e compositora.
Mendelssohn era considerado uma criança prodígio. Começou a ter lições de piano com a sua mãe aos seis anos, acompanhados por Marie Bigot. A partir de 1817, estudou composição com Carl Friedrich Zelter em Berlim. Escreveu e publicou o seu primeiro trabalho, um quarteto com piano, aos treze anos. Mais tarde teve aulas de piano do compositor e virtuoso Ignaz Moscheles, confessou em seu diário que ele tinha muito a ensinar-lhe. Moscheles foi grande colega e amigo ao longo da vida.
Em 1829, Mendelssohn arranjou e regeu a Paixão segundo Mateus em Berlim. Quatro anos antes, sua avó lhe havia dado uma cópia do manuscrito da obra-prima de Bach, que estava, na época, quase esquecida. A orquestra e o coro foram providenciados pela Singakademie de Berlim. O sucesso dessa apresentação - a primeira desde a morte de Bach, em 1750 – foi de grande importância para que a música de J. S. Bach voltasse a ser tocada na Alemanha e, depois, em toda a Europa,além de render a Mendelssohn o reconhecimento geral do seu talento, aos 20 anos de idade.
Charles Rosen, em seu livro A Geração Romântica deprecia Mendelssohn como "kitsch religioso". Essa opinião reflete um contínuo desprezo pela estética musical por parte de Richard Wagner e seu seguidores. Na Inglaterra, a reputação de Mendelssohn manteve-se elevada durante muito tempo. A Rainha Victoriademonstrou o seu entusiasmo, quando no Crystal Palace foi construída em 1854, uma estátua de Mendelssohn.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Tenzin Gyatso

Tenzin Gyatso


Jetsun Jamphel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso é o 14º e atual Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano. Considerado a reencarnação do bodisatva da compaixão, Tenzin Gyatso é monge e geshe (doutor) em filosofia budista, recebeu o Nobel da Paz e foi agraciado com mais de 100 títulos honoris causa

            Como 14º Dalai Lama, líder e mentor do povo tibetano. Considerado por muitos uma das vozes mais lúcidas e comprometidas com a paz, procura estabelecer o diálogo e difundir a necessidade da compaixão no cenário mundial contemporâneo.

            Em 1959 foi obrigado a abandonar o Tibete, altura em que este é invadido pela República Popular da China. Disfarçado de soldado e na companhia de familiares, conseguiu atravessar a fronteira da Índia e assim evitou ser capturado pelos chineses. Instala-se em Dharamsala a convite do governo de Jawaharlal Nehru, e aí constituiu o governo tibetano no exílio, onde ainda permanece.

            Não saiu da Índia até 1967, quando visitou pela primeira vez o Japão e a Tailândia. Estava dado o primeiro passo daquilo que se tornou na sua peregrinação ininterrupta pelo mundo, durante a qual luta pelos direitos humanos no mundo mas em especial no Tibete. Luta, mas sempre recorrendo a processos pacíficos, respeitando a doutrina da não violência (a mesma lei defendida por Mahatma Gandhi), pelo que é reconhecido internacionalmente através da atribuição do Nobel da Paz em 1989. O prêmio leva a que a causa receba mais atenção e apoiantes, ao mesmo tempo que provoca um embaraço ao regime de Pequim.

            Mais tarde deixa de lutar pela independência da Tibete, e passa a propor o Tibete como região autónoma da China, com verdadeira autonomia que lhe permita conservar e viver a sua cultura, incluindo a religião (o que actualmente não lhes é permitido, o regime chinês considera que a religião é uma doença para mente).


            É reconhecido internacionalmente, em todo o mundo, como líder espiritual do Tibete, mas os governos de muitos dos países que visita evitam contatos oficiais com a Sua Santidade para não ferirem sensibilidades chinesas.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Anaximandro



Anaximandro foi um geógrafo, matemático, astrônomo, político e filósofo pré-Socrático; discípulo de Tales, seguiu a escola jônica. Os relatos doxográficos nos dão conta de que escreveu um livro intitulado "Sobre a Natureza"; contudo, essa obra se perdeu.
Ele estudou muito e a Anaximandro atribui-se a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do Gnômon e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude sendo assim o iniciador da astronomia grega.
            Anaximandro acreditava que o princípio de tudo era o apéiron, isto é, uma matéria infinita da qual todas as outras se cindem. Além de definir o princípio, Anaximandro se preocupa com os "comos e porquês" das coisas todas que saem do princípio.
            Ele diz que o mundo é constituído de contrários, que se auto-excluem o tempo todo. O tempo é o "juiz" que permite que ora exista um, ora outro.
            Por isso, o mundo surge de duas grandes injustiças: primeiro, da cisão dos opostos que "fere" a unidade do princípio; segundo, da luta entre os princípios onde sempre um deles quer tomar o lugar do outro para poder existir.
            Anaximandro considerava que a Terra tinha o formato de um cilindro e que era circundada por várias rodas cósmicas, imensas e cheias de fogo.
            O Sol era um furo, numa dessas rodas cósmicas, que deixava o fogo escapar. À medida que essa roda girava, o Sol também girava, explicando-se assim o movimento do Sol em torno da Terra. Eclipses se deviam ao bloqueio total ou parcial desse furo.
            A mesma explicação era dada para as fases da Lua, que também era um furo em outra roda cósmica. E finalmente, as estrelas eram pequenos furos em uma terceira roda cósmica, que se situava mais perto da Terra, do que as rodas do Sol e da Lua.
            Em seu livro - Física, o pensador Simplício nos relata: "Dentre os que afirmam que há um só princípio, móvel e ilimitado, Anaximandro, filho de Praxíades, de Mileto, sucessor e discípulo de Tales, disse que o a-peiron era o princípio e o elemento das coisas existentes. Foi o primeiro a introduzir o termo princípio. Diz que este não é a água nem algum dos chamados elementos, mas alguma natureza diferente, ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos neles contidos É manifesto que, observando a transformação recíproca dos quatro elementos, não achou apropriado fixar um destes como substrato, mas algo diferente, fora estes. Não atribui então a geração ao elemento em mudança, mas à separação dos contrários por causa do eterno movimento."
            Para Anaximandro, o Universo era eterno e infinito. Um número infinito de mundos existiram antes do nosso. Após sua existência, eles se dissolveram na matéria primordial e posteriormente outros mundos tornaram a nascer.
            Anaximandro, contudo, não acreditava em nenhum deus, para ele todos os ciclos de criação, evolução e destruição eram fenômenos naturais, que ocorriam a partir do ponto em que a matéria abandonava e se separava do a-peiron. O a-peiron era a realidade primordial e final de todas as coisas e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si próprio.
            Tudo o que existe, somente existe em função de uma emancipação do ser eterno e portanto ao se separar deste, é digno de castigo.
            "De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo. Segundo a necessidade, pois têm de pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, conforme a ordem do Tempo."
             Tudo o que nasce, um dia vai morrer. Tudo o que é quente, um dia vai esfriar. Tudo o que é grande, pode ser quebrado em pedaços menores. Fogo pode ser combatido com água, e como resultado, fogo e água deixam de existir.
             Assim, Anaximandro conclui que a essência de todas as coisas não pode possuir essas propriedades determinadas que sucumbem ao longo do Tempo. Daí, seu conceito de a-peiron, ser algo ilimitado, infinito, indefinido e eterno.
 Algumas de suas ideias são muito semelhantes a opiniões e teorias da Física atual:
            Sua ideia de um mundo que sustenta-se por um equilíbrio de forças é muito semelhante à gravidade e à força centrípeta, forças que mantêm a Terra girando em torno do Sol;
            Sua ideia de que a ação do Sol faz surgirem as criaturas de estrutura simples na água, que depois migram para a terra e adquirem estrutura mais complexa se parece com a teoria da evolução das espécies;
            Sua ideia dos opostos se parece com a teoria de que o vácuo produz partículas (se supõe que, logo depois do Big-Bang, o vácuo tenha produzido pares de partículas e anti-partículas que se exterminavam ao se encontrarem, pois o espaço ainda era muito pequeno e os pares sempre se encontravam); as únicas diferenças entre as teorias são que, para Anaximandro, os pares eram de coisas com propriedades determinadas como frio e calor, e para a Física, aqueles pares eram algo como energia concentrada;
para Anaximandro, os contrários revezam-se no tempo, e para os cientistas, os pares se auto-exterminavam - pois eram como +1 (matéria) e -1 (anti-matéria) e, ao se encontrarem, precisavam "saldar" sua dívida de energia.
Se pode sempre supor que Anaximandro tenha chegado, em sua época, às mesmas conclusões a que muitos cientistas chegaram hoje, ainda que por meios diferentes, assim como se pode supor que tais teorias físicas tenham sido inspiradas na leitura, por parte dos cientistas, de Anaximandro. Em qualquer das hipóteses, pode-se notar que o filósofo era uma pessoa notável.


Referências

HEIDEL, William. O livro de Anaximandro. trad. Katsuzo Koike. São Paulo: Ixtlan, 2011.


SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp. 15–92.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Ana Bolena


            Ana Bolena foi rainha da Inglaterra de 1533 a 1536, sendo a segunda esposa de Henrique VIII de Inglaterra, mãe da rainha Isabel I de Inglaterra, bem como marquesa de Pembroke. Seu casamento com Henrique VIII foi polêmico, do ponto de vista político e religioso, e resultou na criação da Igreja Anglicana. A ascensão e queda de Ana Bolena, considerada a mais controversa rainha consorte da Inglaterra, inspiraram inúmeras biografias e obras ficcionais.

            Era filha de Sir Tomás Bolena e Isabel Howard. Foi educada na França, principalmente como dama de companhia da rainha Cláudia de França, esposa de Francisco I. Voltou para a Inglaterra em 1522.

            Dois anos mais tarde, apaixonou-se por Henrique VIII. A princípio, Ana resistiu às tentativas do rei em seduzi-la e torná-la sua amante, como sua irmã, Maria Bolena havia sido. Henrique VIII anulou seu casamento com Catarina de Aragão para que se pudesse casar com Ana Bolena. Quando se tornou claro que o Papa Clemente VII não aprovaria o divórcio de Henrique VIII e Catarina de Aragão e, posteriormente, o casamento deste com Ana Bolena, iniciou-se a ruptura religiosa entre a Inglaterra e a Igreja Católica Romana, resultando na criação da Igreja Anglicana.

            O arcebispo de York, Thomas Wolsey, foi destituído de seu posto em 1529 por não ter sido bem sucedido em sua tentativa de conseguir o divórcio e anulação do casamento do rei Henrique VIII com Catarina de Aragão. O casamento de Ana Bolena com Henrique VIII ocorreu em 25 de janeiro de 1533; entretanto, demorou quatro meses para ser contemplado. Em 23 de maio daquele ano, foi anulado o casamento de Henrique VIII e Catarina de Aragão, sendo que cinco dias depois, o casamento de Bolena com o rei Henrique VIII foi validado. Pouco tempo depois, Henrique VIII e o arcebispo foram excomungados da Igreja Católica pelo Papa Clemente VII.

            Thomas Cromwell, aliado de Ana Bolena por um tempo. Eles colidiram após discordarem sobre a política externa e a redistribuição da riqueza da igreja.
            O historiador e biógrafo Eric Ives acredita que o político Thomas Cromwell pode ter planejado a queda e execução de Ana Bolena. As conversas entre Chapuys e Cromwell indicam Cromwell como o instigador da trama para remover Ana Bolena. Prova disso é vista através de cartas escritas por Chapuys sobre como Ana diferiu com Cromwell sobre a redistribuição das receitas da Igreja e sobre a política externa. Ela defendeu que as receitas deveriam ser distribuídas para instituições beneficentes e educacionais, e era a favor de uma aliança com a França. Cromwell insistia em encher os cofres exauridos do rei, e preferiu uma aliança imperial. Por estas razões, sugere Eric Ives, "Ana Bolena tornou-se uma grande ameaça para Thomas Cromwell". Por outro lado, John Schofield, também biógrafo, alega que não houve luta pelo poder existente entre Ana e Cromwell, e que "nenhum traço pode ser encontrado de uma conspiração por parte de Cromwell contra Ana. Cromwell envolveu-se no drama real conjugal somente quando Henrique VIII o mandou para o caso". Cromwell não fabricou as acusações de adultério, embora ele e outros da corte tenham usado tais comentários para sustentar a crise conjugal de Henrique VIII e Ana Bolena. O historiador Retha Warnicke questiona se Cromwell poderia ter manipulado o rei em tal assunto.             Henrique se emitiu as instruções cruciais: seus oficiais, incluindo Cromwell, foram deixados de fora. O resultado, os historiadores concordam, era uma farsa jurídica.

            No final de abril, um músico flamengo a serviço de Ana chamado Mark Smeaton foi preso. Inicialmente, ele negou ter sido amante da rainha, mas depois confessou, talvez sob tortura ou talvez porque lhe fora prometido liberdade casa confessasse. Outro cortesão, Sir Henry Norris, foi preso no mesmo mês, mas por ser um aristocrata, não pôde ser torturado. Antes de sua detenção, Norris foi tratado amavelmente pelo rei, que lhe ofereceu o seu próprio cavalo para usar nas festividades do mês de maio. Parece provável que, durante as festividades, o rei tenha sido notificado da confissão de Mark Smeaton e pouco tempo depois, os alegados conspiradores foram presos por ordem do rei. Henry Norris foi preso no festival. Ele negou sua culpa e jurou que a rainha Ana Bolena era inocente. Uma das evidências mais prejudiciais a Henry Norris era um conversa ouvida com Ana no final de abril, onde ela o acusou de vir muitas vezes a seus aposentos dizendo ir cortejar sua dama-de-companhia, Madge Shelton, mas na verdade suas intenções eram cortejar a própria rainha. Sir Francis Weston também foi preso dois dias depois com a mesma acusação. Sir William Brereton, pertencente à Câmara Privada do Rei, também foi apreendido em razão de adultério. Sir Thomas Wyatt, um poeta e amigo dos Bolenas que teria sido apaixonado por ela antes seu casamento com o rei, também foi preso pela mesma acusação, mas foi liberado mais tarde, provavelmente devido à sua amizade com Thomas Cromwell. Sir Richard Page também foi acusado de ter tido um relacionamento sexual com a rainha, mas foi absolvido de todas as acusações após a investigação não poder implicá-lo a Ana. O último acusado, e mais conhecido, era o próprio irmão da rainha Ana, Jorge Bolena, preso sob acusação de incesto e traição, acusado de ter tido um relacionamento sexual com sua irmã. Jorge Bolena era acusado de dois casos de incesto:. Em novembro de 1535 em Whitehall, e no mês seguinte em Eltham.

            Alguns, inclusive, dizem ter sido um último recurso da rainha para retardar a consumação da execução, ainda esperançosa de um perdão real por parte de Henrique VIII, perdão este que estaria sendo defendido pela sua irmã, Maria. Quando informada da sua iminente execução, Ana Bolena fez chegar a Henrique VIII uma exigência - não aceitaria ser morta por um carrasco inglês, que utilizava o machado para a decapitação. Exigia a "importação" de um carrasco francês, pois estes usavam a espada. Para justificar a sua exigência, teria dito "uma Rainha da Inglaterra não curva a cabeça para ninguém e em nenhuma situação", pois as execuções com a espada eram feitas com a vítima ajoelhada, mas com a cabeça erguida.

            Diz-se que o poema O Death Rock me Asleep foi escrito por Ana, enquanto aprisionada na Torre. Porém, também pode ter sido escrito por seu irmão, Jorge. A escrita do poema evidencia que ela pode ter tido esperanças de que a morte acabaria com o seu sofrimento.

            Na manhã de sexta-feira, 19 de maio, Ana Bolena foi executada, não na Torre Verde, mas sim num andaime erigido sobre o lado norte da Torre Branca, em frente do que é hoje as Casernas de Waterloo Ela usava um saiote vermelho sob um avulso, um vestido de tordilha de damasco aparado na pele e um manto de arminho. Acompanhada por duas assistentes do sexo feminino, Ana fez seu último passeio da Casa da Rainha à Torre Verde e ela olhou "como se ela não fosse morrer".[ Ana subiu o cadafalso e fez um breve discurso para a multidão:

“          Bom povo cristão, vim aqui para morrer, de acordo com a lei, e pela lei fui julgada para morrer, e por isso não vou falar nada contra ela. Não vim aqui para acusar ninguém, nem para falar de algo de que sou acusada e condenada a morrer, mas rezo a Deus para que salve o rei e que ele tenha um longo reinado sobre vós, pois nunca um príncipe tão misericordioso esteve lá: e para mim ele será sempre um bom, gentil e soberano Senhor. E se qualquer pessoa ponha isso em causa, obrigá-la-ei a julgar os melhores. E assim deixo o mundo e todos vós, e sinceramente desejo que todos rezem por mim. Ó Senhor, tem misericórdia de mim, eu louvo a Deus a minha alma.   ”

            Ana obteve o que requisitava, mostrando que até nos seus últimos momentos, ainda era capaz de impressionar o rei. Ela foi decapitada por um carrasco francês, tal como pedira. Henrique não providenciou um sepulcro para Ana, e assim o seu corpo e a cabeça foram enterrados num túmulo desmarcado na Capela Real de São Pedro ad Vincula.O seu esqueleto foi identificado durante a renovação da capela, durante o reinado da Rainha Vitória, e o local de repouso de Ana está marcado no chão em mármore.

            Ana Bolena tem inspirado ou sido mencionada em numerosas obras artísticas e culturais, desde meios de comunicação, obras de arte, representações na cultura popular, cinema e ficção.

            A história trágica de Ana Bolena tem inspirado muitas obras de ficção e biográficas. Há também inúmeras lendas e teorias em torno da sua vida, nomeadamente a sugestão de que Ana teria seis dedos numa das mãos, embora essas sugestões tenham sido dadas por Nicholas Sander, que foi totalmente contra a Inglaterra Anglicana e de Isabel (filha de Ana Bolena). Além disso, há uma lenda popular, de que seu espírito ronda pela Torre de Londres.

Referências.

Warnicke, pgs 212-242; Wooding, pg. 194.

Warnicke, pgs 210-212. Warnicke observa: "Nem Chapuys nem historiadores modernos têm se explicado por que o secretário (Thomas Cromwell) poderia manipular o rei Henrique VIII a concordar com a execução de Ana, sendo que ele não podia convencer o rei a ignorar-lhe os conselhos desta sobre política externa".

Scarisbrick, pg. 455 "Scarisbrick afirma que claramente, ele estava empenhado em desfazer-se dela por qualquer meio."