David Hunter
Hubel era um canadense neurofisiologistaconhecido por seus estudos sobre a estrutura e função
do córtex
visual. Ele foi
co-destinatário com Torsten
Wiesel de 1981 do Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina (compartilhado com Roger W.
Sperry), pelas suas descobertas
sobreprocessamento
de informação no sistema
visual. Para a maior
parte de sua carreira, Hubel foi o John
Franklin EndersProfessor
Universidade de Neurobiologia da Harvard
Medical School. Em 1978,
Hubel e Wiesel foram agraciados com o Prêmio
Louisa Gross Horwitz da Universidade
de Columbia.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
sábado, 16 de janeiro de 2016
Faustino do Prado Xavier
Faustino do Prado Xavier nasceu em c.1708 na pequena Vila de Mogi
das Cruzes, filho de um comerciante local nascido durante a travessia dos pais
do Reino para o Brasil. Estudos genealógicos indicam que há, pela parte do pai,
um parentesco próximo do nosso Padre com o inconfidente Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes, personagem histórico de vulto nacional, cujos avós saíram
de Mogi para as Minas Gerais.
A serventia de Faustino na prática musical ordinária da Vila foi de
curta duração. Em 1729, aos 21 anos foi nomeado pelo Bispo do Rio de Janeiro,
D. Fr. Antonio de Guadalupe, Mestre da Capela da igreja matriz - estando vago o
cargo - "pela muita perícia na arte da música"; esse superlativo já o
diferencia do indicativo de "perícia na Arte da música", costumeiro
nas provisões dadas pelos Bispos aos Mestres de Capela, bem como da
qualificação de "músico destro" que para outros aparece.
Além da Matriz, teve a seu cargo o mestrado da capela do Convento
local de N. Sr.ª do Carmo. Mas sua meta era o sacerdócio. Nem bem passaram
cinco anos, obteve o grau de presbítero (ordens menores) e assumiu a função de
Vigário Coadjutor da igreja matriz de Mogi. Desse modo, não pôde acumular a gestão
paroquial com a gestão oficial da música. Logo, alegando a "penúria de
sacerdotes" na Vila, tomou "as mais ordens" e passou a Vigário
titular. Em 1736, entretanto, já se transfere para fora da localidade. Serviu
de pároco (1742-1746)em Aiuruoca-MG e em outras paróquias da Capitania de S.
Paulo (documentadamente, como Vigário
Encomendado da matriz da Vila e Porto
de Santos a partir de 1751) até fixar-se na Sé de São Paulo. O sacerdócio era
efetivamente a sua vocação. Aos 18 anos fez a sua candidatura às "ordens
menores, e sacras", obtidas somente em 1732. O sacerdócio e o comércio.
Encontradas as partes musicais manuscritas, várias questões se
colocaram relativas ao contexto histórico-social e à organização da prática
musical, à autoria e à circulação das obras, além dos aspectos diretamente
ligados aos documentos, ou seja, a notação e o papel. Essas pesquisas têm
continuidade ainda hoje. Uma geografia da arte - e da música, em particular -
na antiga Capitania de S. Paulo é uma empreitada doravante necessária para
melhor entendimento das obras preservadas.
Fonte: Revista Eletrônica de
Musicologia, vol. 1.2/Dezembro de 1996
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy
Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy conhecido
como Felix Mendelssohn foi m compositor, pianista e maestro alemão do início do
período romântico. Algumas das suas mais conhecidas obras são a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que
inclui a famosa marcha
nupcial), dois concertos para piano, o concerto para violino, cerca de
100 lieder,
e os oratóriosSão Paulo e Elijah entre outros.
Filho do banqueiro Abraham
Mendelssohn e de Lea Salomon, e neto do filósofo
judaico-alemão Moses Mendelssohn,
membro de uma família judia notável, mais tarde convertida ao cristianismo.
Começou a compor aos nove anos (mais tarde mudou seu sobrenome para Mendelssohn
Bartholdy).
Felix cresceu num ambiente de intensa
efervescência intelectual. As maiores mentes da Alemanha foram visitas
frequentes da sua família na casa em Berlim, incluindo a Wilhelm von
Humboldt e Alexander von
Humboldt. Sua irmã Rebecca casou
com o grande matemático belga Lejeune
Dirichlet.
Abraão renunciou a religião judaica,A
família mudou-se para Berlim em 1811. Abraão e Lea tentam dar a Felix, ao seu
irmão Paul, e às suas irmãs Fanny e Rebeca, a melhor educação possível. Sua
irmã Fanny
Mendelssohn (mais tarde, Fanny Hensel), se tornou conhecida
pianista e compositora.
Mendelssohn era considerado uma criança prodígio. Começou
a ter lições de piano com a sua mãe aos seis anos, acompanhados por Marie
Bigot. A partir de 1817, estudou composição com Carl Friedrich
Zelter em Berlim. Escreveu e publicou o seu primeiro trabalho,
um quarteto com piano, aos treze anos. Mais tarde teve aulas de piano do
compositor e virtuoso Ignaz Moscheles, confessou
em seu diário que ele tinha muito a ensinar-lhe. Moscheles foi grande colega
e amigo ao longo da
vida.
Em 1829, Mendelssohn arranjou e regeu
a Paixão segundo Mateus em Berlim.
Quatro anos antes, sua avó lhe havia dado uma cópia do manuscrito da obra-prima
de Bach, que estava, na
época, quase esquecida. A orquestra e o coro foram providenciados
pela Singakademie de
Berlim. O sucesso dessa apresentação - a primeira desde a morte de Bach, em
1750 – foi de grande importância para que a música de J. S. Bach voltasse a ser
tocada na Alemanha e, depois, em toda a Europa,além de render a Mendelssohn o
reconhecimento geral do seu talento, aos 20 anos de idade.
Charles Rosen, em seu livro A Geração Romântica deprecia
Mendelssohn como "kitsch religioso". Essa opinião reflete um
contínuo desprezo pela estética musical por parte de Richard Wagner e seu
seguidores. Na Inglaterra,
a reputação de Mendelssohn manteve-se elevada durante muito tempo. A Rainha Victoriademonstrou
o seu entusiasmo, quando no Crystal Palace foi
construída em 1854, uma estátua de Mendelssohn.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Tenzin Gyatso
Jetsun
Jamphel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso é o 14º e atual Dalai Lama, líder
espiritual do budismo tibetano. Considerado a reencarnação do bodisatva da
compaixão, Tenzin Gyatso é monge e geshe (doutor) em filosofia budista, recebeu
o Nobel da Paz e foi agraciado com mais de 100 títulos honoris causa
Como 14º Dalai Lama, líder e mentor
do povo tibetano. Considerado por muitos uma das vozes mais lúcidas e
comprometidas com a paz, procura estabelecer o diálogo e difundir a necessidade
da compaixão no cenário mundial contemporâneo.
Em 1959 foi obrigado a abandonar o
Tibete, altura em que este é invadido pela República Popular da China.
Disfarçado de soldado e na companhia de familiares, conseguiu atravessar a
fronteira da Índia e assim evitou ser capturado pelos chineses. Instala-se em
Dharamsala a convite do governo de Jawaharlal Nehru, e aí constituiu o governo
tibetano no exílio, onde ainda permanece.
Não saiu da Índia até 1967, quando
visitou pela primeira vez o Japão e a Tailândia. Estava dado o primeiro passo
daquilo que se tornou na sua peregrinação ininterrupta pelo mundo, durante a
qual luta pelos direitos humanos no mundo mas em especial no Tibete. Luta, mas
sempre recorrendo a processos pacíficos, respeitando a doutrina da não
violência (a mesma lei defendida por Mahatma Gandhi), pelo que é reconhecido
internacionalmente através da atribuição do Nobel da Paz em 1989. O prêmio leva
a que a causa receba mais atenção e apoiantes, ao mesmo tempo que provoca um
embaraço ao regime de Pequim.
Mais tarde deixa de lutar pela
independência da Tibete, e passa a propor o Tibete como região autónoma da
China, com verdadeira autonomia que lhe permita conservar e viver a sua cultura,
incluindo a religião (o que actualmente não lhes é permitido, o regime chinês
considera que a religião é uma doença para mente).
É reconhecido internacionalmente, em
todo o mundo, como líder espiritual do Tibete, mas os governos de muitos dos
países que visita evitam contatos oficiais com a Sua Santidade para não ferirem
sensibilidades chinesas.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Anaximandro
Anaximandro foi
um geógrafo, matemático, astrônomo, político e filósofo pré-Socrático;
discípulo de Tales, seguiu a escola jônica. Os relatos doxográficos nos dão
conta de que escreveu um livro intitulado "Sobre a Natureza";
contudo, essa obra se perdeu.
Ele estudou
muito e a Anaximandro atribui-se a confecção de um mapa do mundo habitado, a
introdução na Grécia do uso do Gnômon e a medição das distâncias entre as
estrelas e o cálculo de sua magnitude sendo assim o iniciador da astronomia
grega.
Anaximandro acreditava que o
princípio de tudo era o apéiron, isto é, uma matéria infinita da qual todas as
outras se cindem. Além de definir o princípio, Anaximandro se preocupa com os
"comos e porquês" das coisas todas que saem do princípio.
Ele diz que o mundo é constituído de
contrários, que se auto-excluem o tempo todo. O tempo é o "juiz" que
permite que ora exista um, ora outro.
Por isso, o mundo surge de duas
grandes injustiças: primeiro, da cisão dos opostos que "fere" a
unidade do princípio; segundo, da luta entre os princípios onde sempre um deles
quer tomar o lugar do outro para poder existir.
Anaximandro considerava que a Terra
tinha o formato de um cilindro e que era circundada por várias rodas cósmicas,
imensas e cheias de fogo.
O Sol era um furo, numa dessas rodas
cósmicas, que deixava o fogo escapar. À medida que essa roda girava, o Sol
também girava, explicando-se assim o movimento do Sol em torno da Terra.
Eclipses se deviam ao bloqueio total ou parcial desse furo.
A mesma explicação era dada para as
fases da Lua, que também era um furo em outra roda cósmica. E finalmente, as
estrelas eram pequenos furos em uma terceira roda cósmica, que se situava mais
perto da Terra, do que as rodas do Sol e da Lua.
Em seu livro - Física, o pensador
Simplício nos relata: "Dentre os que afirmam que há um só princípio, móvel
e ilimitado, Anaximandro, filho de Praxíades, de Mileto, sucessor e discípulo
de Tales, disse que o a-peiron era o princípio e o elemento das coisas
existentes. Foi o primeiro a introduzir o termo princípio. Diz que este não é a
água nem algum dos chamados elementos, mas alguma natureza diferente,
ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos neles contidos É manifesto que,
observando a transformação recíproca dos quatro elementos, não achou apropriado
fixar um destes como substrato, mas algo diferente, fora estes. Não atribui
então a geração ao elemento em mudança, mas à separação dos contrários por
causa do eterno movimento."
Para Anaximandro, o Universo era
eterno e infinito. Um número infinito de mundos existiram antes do nosso. Após
sua existência, eles se dissolveram na matéria primordial e posteriormente
outros mundos tornaram a nascer.
Anaximandro, contudo, não acreditava
em nenhum deus, para ele todos os ciclos de criação, evolução e destruição eram
fenômenos naturais, que ocorriam a partir do ponto em que a matéria abandonava
e se separava do a-peiron. O a-peiron era a realidade primordial e final de
todas as coisas e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si
próprio.
Tudo o que existe, somente existe em
função de uma emancipação do ser eterno e portanto ao se separar deste, é digno
de castigo.
"De onde as coisas têm seu
nascimento, ali também devem ir ao fundo. Segundo a necessidade, pois têm de
pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, conforme a ordem do
Tempo."
Sua ideia de um mundo que
sustenta-se por um equilíbrio de forças é muito semelhante à gravidade e à
força centrípeta, forças que mantêm a Terra girando em torno do Sol;
Sua ideia de que a ação do Sol faz
surgirem as criaturas de estrutura simples na água, que depois migram para a
terra e adquirem estrutura mais complexa se parece com a teoria da evolução das
espécies;
Sua ideia dos opostos se parece com
a teoria de que o vácuo produz partículas (se supõe que, logo depois do
Big-Bang, o vácuo tenha produzido pares de partículas e anti-partículas que se
exterminavam ao se encontrarem, pois o espaço ainda era muito pequeno e os
pares sempre se encontravam); as únicas diferenças entre as teorias são que,
para Anaximandro, os pares eram de coisas com propriedades determinadas como
frio e calor, e para a Física, aqueles pares eram algo como energia
concentrada;
para
Anaximandro, os contrários revezam-se no tempo, e para os cientistas, os pares
se auto-exterminavam - pois eram como +1 (matéria) e -1 (anti-matéria) e, ao se
encontrarem, precisavam "saldar" sua dívida de energia.
Se pode sempre
supor que Anaximandro tenha chegado, em sua época, às mesmas conclusões a que
muitos cientistas chegaram hoje, ainda que por meios diferentes, assim como se
pode supor que tais teorias físicas tenham sido inspiradas na leitura, por
parte dos cientistas, de Anaximandro. Em qualquer das hipóteses, pode-se notar
que o filósofo era uma pessoa notável.
Referências
HEIDEL, William.
O livro de Anaximandro. trad. Katsuzo Koike. São Paulo: Ixtlan, 2011.
SPINELLI,
Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência
Grega. 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp. 15–92.
sábado, 2 de janeiro de 2016
Ana Bolena
Ana Bolena foi rainha da Inglaterra
de 1533 a 1536, sendo a segunda esposa de Henrique VIII de Inglaterra, mãe da
rainha Isabel I de Inglaterra, bem como marquesa de Pembroke. Seu casamento com
Henrique VIII foi polêmico, do ponto de vista político e religioso, e resultou
na criação da Igreja Anglicana. A ascensão e queda de Ana Bolena, considerada a
mais controversa rainha consorte da Inglaterra, inspiraram inúmeras biografias
e obras ficcionais.
Era filha de Sir Tomás Bolena e
Isabel Howard. Foi educada na França, principalmente como dama de companhia da
rainha Cláudia de França, esposa de Francisco I. Voltou para a Inglaterra em
1522.
Dois anos mais tarde, apaixonou-se
por Henrique VIII. A princípio, Ana resistiu às tentativas do rei em seduzi-la
e torná-la sua amante, como sua irmã, Maria Bolena havia sido. Henrique VIII
anulou seu casamento com Catarina de Aragão para que se pudesse casar com Ana
Bolena. Quando se tornou claro que o Papa Clemente VII não aprovaria o divórcio
de Henrique VIII e Catarina de Aragão e, posteriormente, o casamento deste com
Ana Bolena, iniciou-se a ruptura religiosa entre a Inglaterra e a Igreja
Católica Romana, resultando na criação da Igreja Anglicana.
O arcebispo de York, Thomas Wolsey,
foi destituído de seu posto em 1529 por não ter sido bem sucedido em sua
tentativa de conseguir o divórcio e anulação do casamento do rei Henrique VIII
com Catarina de Aragão. O casamento de Ana Bolena com Henrique VIII ocorreu em
25 de janeiro de 1533; entretanto, demorou quatro meses para ser contemplado.
Em 23 de maio daquele ano, foi anulado o casamento de Henrique VIII e Catarina
de Aragão, sendo que cinco dias depois, o casamento de Bolena com o rei Henrique
VIII foi validado. Pouco tempo depois, Henrique VIII e o arcebispo foram
excomungados da Igreja Católica pelo Papa Clemente VII.
Thomas Cromwell, aliado de Ana
Bolena por um tempo. Eles colidiram após discordarem sobre a política externa e
a redistribuição da riqueza da igreja.
O historiador e biógrafo Eric Ives
acredita que o político Thomas Cromwell pode ter planejado a queda e execução
de Ana Bolena. As conversas entre Chapuys e Cromwell indicam Cromwell como o
instigador da trama para remover Ana Bolena. Prova disso é vista através de
cartas escritas por Chapuys sobre como Ana diferiu com Cromwell sobre a
redistribuição das receitas da Igreja e sobre a política externa. Ela defendeu
que as receitas deveriam ser distribuídas para instituições beneficentes e
educacionais, e era a favor de uma aliança com a França. Cromwell insistia em
encher os cofres exauridos do rei, e preferiu uma aliança imperial. Por estas
razões, sugere Eric Ives, "Ana Bolena tornou-se uma grande ameaça para
Thomas Cromwell". Por outro lado, John Schofield, também biógrafo, alega
que não houve luta pelo poder existente entre Ana e Cromwell, e que
"nenhum traço pode ser encontrado de uma conspiração por parte de Cromwell
contra Ana. Cromwell envolveu-se no drama real conjugal somente quando Henrique
VIII o mandou para o caso". Cromwell não fabricou as acusações de
adultério, embora ele e outros da corte tenham usado tais comentários para
sustentar a crise conjugal de Henrique VIII e Ana Bolena. O historiador Retha
Warnicke questiona se Cromwell poderia ter manipulado o rei em tal assunto. Henrique se emitiu as instruções
cruciais: seus oficiais, incluindo Cromwell, foram deixados de fora. O
resultado, os historiadores concordam, era uma farsa jurídica.
No final de abril, um músico
flamengo a serviço de Ana chamado Mark Smeaton foi preso. Inicialmente, ele
negou ter sido amante da rainha, mas depois confessou, talvez sob tortura ou
talvez porque lhe fora prometido liberdade casa confessasse. Outro cortesão,
Sir Henry Norris, foi preso no mesmo mês, mas por ser um aristocrata, não pôde
ser torturado. Antes de sua detenção, Norris foi tratado amavelmente pelo rei,
que lhe ofereceu o seu próprio cavalo para usar nas festividades do mês de
maio. Parece provável que, durante as festividades, o rei tenha sido notificado
da confissão de Mark Smeaton e pouco tempo depois, os alegados conspiradores
foram presos por ordem do rei. Henry Norris foi preso no festival. Ele negou
sua culpa e jurou que a rainha Ana Bolena era inocente. Uma das evidências mais
prejudiciais a Henry Norris era um conversa ouvida com Ana no final de abril,
onde ela o acusou de vir muitas vezes a seus aposentos dizendo ir cortejar sua
dama-de-companhia, Madge Shelton, mas na verdade suas intenções eram cortejar a
própria rainha. Sir Francis Weston também foi preso dois dias depois com a
mesma acusação. Sir William Brereton, pertencente à Câmara Privada do Rei,
também foi apreendido em razão de adultério. Sir Thomas Wyatt, um poeta e amigo
dos Bolenas que teria sido apaixonado por ela antes seu casamento com o rei,
também foi preso pela mesma acusação, mas foi liberado mais tarde,
provavelmente devido à sua amizade com Thomas Cromwell. Sir Richard Page também
foi acusado de ter tido um relacionamento sexual com a rainha, mas foi
absolvido de todas as acusações após a investigação não poder implicá-lo a Ana.
O último acusado, e mais conhecido, era o próprio irmão da rainha Ana, Jorge
Bolena, preso sob acusação de incesto e traição, acusado de ter tido um
relacionamento sexual com sua irmã. Jorge Bolena era acusado de dois casos de
incesto:. Em novembro de 1535 em Whitehall, e no mês seguinte em Eltham.
Alguns, inclusive, dizem ter sido um
último recurso da rainha para retardar a consumação da execução, ainda
esperançosa de um perdão real por parte de Henrique VIII, perdão este que
estaria sendo defendido pela sua irmã, Maria. Quando informada da sua iminente
execução, Ana Bolena fez chegar a Henrique VIII uma exigência - não aceitaria
ser morta por um carrasco inglês, que utilizava o machado para a decapitação.
Exigia a "importação" de um carrasco francês, pois estes usavam a
espada. Para justificar a sua exigência, teria dito "uma Rainha da
Inglaterra não curva a cabeça para ninguém e em nenhuma situação", pois as
execuções com a espada eram feitas com a vítima ajoelhada, mas com a cabeça
erguida.
Diz-se que o poema O Death Rock me
Asleep foi escrito por Ana, enquanto aprisionada na Torre. Porém, também pode
ter sido escrito por seu irmão, Jorge. A escrita do poema evidencia que ela
pode ter tido esperanças de que a morte acabaria com o seu sofrimento.
Na manhã de sexta-feira, 19 de maio,
Ana Bolena foi executada, não na Torre Verde, mas sim num andaime erigido sobre
o lado norte da Torre Branca, em frente do que é hoje as Casernas de Waterloo
Ela usava um saiote vermelho sob um avulso, um vestido de tordilha de damasco
aparado na pele e um manto de arminho. Acompanhada por duas assistentes do sexo
feminino, Ana fez seu último passeio da Casa da Rainha à Torre Verde e ela olhou
"como se ela não fosse morrer".[ Ana subiu o cadafalso e fez um breve
discurso para a multidão:
“ Bom povo cristão, vim aqui para
morrer, de acordo com a lei, e pela lei fui julgada para morrer, e por isso não
vou falar nada contra ela. Não vim aqui para acusar ninguém, nem para falar de
algo de que sou acusada e condenada a morrer, mas rezo a Deus para que salve o
rei e que ele tenha um longo reinado sobre vós, pois nunca um príncipe tão
misericordioso esteve lá: e para mim ele será sempre um bom, gentil e soberano
Senhor. E se qualquer pessoa ponha isso em causa, obrigá-la-ei a julgar os
melhores. E assim deixo o mundo e todos vós, e sinceramente desejo que todos
rezem por mim. Ó Senhor, tem misericórdia de mim, eu louvo a Deus a minha alma. ”
Ana obteve o que requisitava,
mostrando que até nos seus últimos momentos, ainda era capaz de impressionar o
rei. Ela foi decapitada por um carrasco francês, tal como pedira. Henrique não
providenciou um sepulcro para Ana, e assim o seu corpo e a cabeça foram enterrados
num túmulo desmarcado na Capela Real de São Pedro ad Vincula.O seu esqueleto
foi identificado durante a renovação da capela, durante o reinado da Rainha
Vitória, e o local de repouso de Ana está marcado no chão em mármore.
Ana Bolena tem inspirado ou sido
mencionada em numerosas obras artísticas e culturais, desde meios de
comunicação, obras de arte, representações na cultura popular, cinema e ficção.
A história trágica de Ana Bolena tem
inspirado muitas obras de ficção e biográficas. Há também inúmeras lendas e
teorias em torno da sua vida, nomeadamente a sugestão de que Ana teria seis
dedos numa das mãos, embora essas sugestões tenham sido dadas por Nicholas
Sander, que foi totalmente contra a Inglaterra Anglicana e de Isabel (filha de
Ana Bolena). Além disso, há uma lenda popular, de que seu espírito ronda pela
Torre de Londres.
Referências.
Warnicke,
pgs 212-242; Wooding, pg. 194.
Warnicke,
pgs 210-212. Warnicke observa: "Nem Chapuys nem historiadores modernos têm
se explicado por que o secretário (Thomas Cromwell) poderia manipular o rei
Henrique VIII a concordar com a execução de Ana, sendo que ele não podia
convencer o rei a ignorar-lhe os conselhos desta sobre política externa".
Scarisbrick,
pg. 455 "Scarisbrick afirma que claramente, ele estava empenhado em
desfazer-se dela por qualquer meio."
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