Alan Mathison
Turing foi um matemático, lógico,
criptoanalista e cientista da computação britânico. Foi influente no
desenvolvimento da ciência da computação e na formalização do conceito de
algoritmo e computação com a máquina de Turing, desempenhando um papel
importante na criação do computador moderno. Ele também é pioneiro na
inteligência artificial e na ciência da computação.
Durante a Segunda
Guerra Mundial, Turing trabalhou para a inteligência britânica em Bletchley
Park, num centro especializado em quebra de códigos. Por um tempo ele foi chefe
do Hut, a seção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã. Planejou
uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo o método da
bomba eletromecânica, uma máquina eletromecânica que poderia encontrar
definições para a máquina Enigma.
Dedicava-se a
teoremas que podiam ser comprovados, e à Teoria da Computabilidade. A sua
preocupação depois de formado era o que se poderia fazer através da computação.
Suas respostas iniciais vieram sob a forma teórica.
Aos 24 anos de
idade, consagrou-se com a projeção de uma máquina que, de acordo com um sistema
formal, pudesse fazer operações computacionais. Mostrou como um simples sistema
automático poderia manipular símbolos de um sistema de regras próprias. A
máquina teórica de Turing pode indicar que sistemas poderosos poderiam ser
construídos. Tornou possível o processamento de símbolos, ligando a abstração
de sistemas cognitivos e a realidade concreta dos números. Isto é buscado até
hoje por pesquisadores de sistemas com Inteligência Artificial (IA). Para
comprovar a inteligência artificial ou não de um computador, Turing desenvolveu
um teste que consistia em um operador não poder diferenciar se as respostas a
perguntas elaboradas pelo operador eram vindas ou não de um computador. Caso
afirmativo, o computador poderia ser considerado como dotado de inteligência
artificial. Sua máquina pode ser programada de tal modo que pode imitar
qualquer sistema formal. A ideia de computabilidade começou a ser delineada.
Como homossexual
declarado, no início dos anos 1950 foi humilhado em público, impedido de
acompanhar estudos sobre computadores, julgado por "vícios
impróprios" e condenado a terapias à base de estrogénio, um hormônio
feminino o que, de fato, equivalia a castração química e que teve o humilhante
efeito secundário de lhe fazer crescer seios.
Em 8 de junho de
1954, um criado de Turing encontrou-o morto, o que tinha ocorrido no dia
anterior, em sua residência em Wilmslow, Cheshire.Um exame post-mortem
estabeleceu que a causa da morte foi envenenamento por cianeto. Quando seu
corpo foi descoberto, uma maçã estava meio comida ao lado de sua cama, e embora
a maçã não tenha sido testada quanto ao cianeto, especula-se que este foi o
meio pelo qual uma dose fatal foi ingerida. Um inquérito determinou que ele
tinha cometido suicídio, tendo sido então cremado no crematório de Woking em 12
de junho de 1954.
A mãe de Turing
argumentou com veemência que a ingestão fora acidental, causada pelo
armazenamento descuidado de seu filho de produtos químicos de laboratório. O
biógrafo Andrew Hodges sugere que Turing pode ter se matado deliberadamente de
forma bastante ambígua para dar à sua mãe alguma negação plausível. Outros
sugerem que Turing estava encenando uma cena do filme Branca de Neve, de 1937,
seu conto de fadas favorito, salientando que ele tinha "um prazer
especialmente mordaz na cena em que a bruxa malvada mergulha a maçã na poção venenosa."
Jack Copeland
defende que a morte pode ter sido acidental como resultado de inalação de
vapores de cianeto durante uma experiência química conduzida no improvisado
laboratório que tinha em casa e onde já anteriormente sofrera acidentes por
descuido. O mesmo autor afirma que - contrariamente ao que se tem afirmado -
profissionalmente o trabalho lhe corria bem, que andava alegre e que interagia
socialmente com normalidade e boa disposição. Constata que a maçã encontrada à
cabeceira não foi testada laboratorialmente para determinar a presença de
cianeto, que os níveis do veneno no organismo eram uniformes, portanto mais
compatíveis com a inalação lenta do que com a ingestão. Conclui, deste modo,
que a investigação foi mal conduzida e precipitada e que os elementos
disponíveis não indiciam necessariamente que a causa da morte seja suicídio.
Por muitos anos
foram feitas campanhas que envolveram ativistas da tecnologia da informação, do
meio político e do público LGBT. Em 11 de setembro de 2009, 55 anos após sua
morte, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, seguindo um pedido
feito através de uma petição direcionada ao governo britânico, pediu desculpas
formais em nome do governo pelo tratamento preconceituoso e desumano dado a
Turing, que o levou ao suicídio. Em 24 de Dezembro de 2013, passou a ter efeito
a Real Prerrogativa do Perdão, concedida a Turing pela Rainha Elizabeth II a
pedido do ministro da justiça do Reino Unido, Chirs Grayling, depois que uma
petição criada em 2012 obteve mais de 37.000 assinaturas solicitando o devido
perdão.
Parte de sua vida
foi retratada no telefilme Breaking the Code, de 1996, com o ator Derek Jacobi
no papel principal.
Em 2014, Turing foi
retratado em The Imitation Game, interpretado por Benedict Cumberbatch.
Dirigido pelo norueguês Morten Tyldum, filme é focado em Turing durante a
Segunda Guerra, com seu trabalho decisivo para a criação da Bomba
Eletromecânica, além de passagens de sua infância (onde o jovem Turing é
interpretado por Alex Lawther) e o pós-guerra, onde Turing foi preso por
sodomia e forçado à castração química.
REFERÊNCIAS
Hodges, Andrew. Alan
Turing: The Enigma of Intelligence. London: Burnett Books, 1983. ISBN
0-04-510060-8
Leavitt, David. The
Man Who Knew Too Much: Alan Turing and the invention of the computer. [S.l.:
s.n.], 2007. ISBN 978-0-7538-2200-5
Agar, Jon. In: MIT
Press. The government machine: a revolutionary history of the computer (em
inglês). Cambridge, Massachusetts: [s.n.], 2003. ISBN 978-0-262-01202-7 Página
visitada em 23 de junho de 2012.
Paul Ceruzzi. A
History of Modern Computing (em inglês). MIT Press ed. Cambridge,
Massachusetts, e Londres: [s.n.], 1998. ISBN 0-262-53169-0
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