Manuel Francisco dos
Santos, o Mané Garrincha ou simplesmente Garrincha, foi um futebolista brasileiro que se
notabilizou por seus dribles desconcertantes apesar do fato de ter suas pernas
tortas. É considerado por muitos o maior jogador de futebol de todos os tempos
e o mais célebre ponta-direita da história do futebol. No auge de sua carreira,
passou a assinar Manuel dos Santos, em homenagem a um tio homônimo, que muito o
ajudou. Garrincha também é amplamente considerado como o maior driblador da
história do futebol.
Garrincha, "O Anjo de Pernas
Tortas" , foi um dos principais jogadores das conquistas da Copa do Mundo
de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962 quando, após a contusão de
Pelé, se tornou o principal jogador do time brasileiro. Morreu em 1983, aos 49
anos, em decorrência do alcoolismo.
Com quatorze anos de idade, começou
a jogar amadoramente no Esporte Clube Pau Grande e seu talento, já manifestado,
despertou a atenção de Arati: um ex-jogador do Botafogo. Não se sabe com
certeza quem o levou a fazer um teste no Botafogo, mas nos minutos iniciais do
primeiro treino, ele teria dado vários dribles em Nílton Santos, o qual já era
um renomado jogador.
Por praticamente toda
a sua carreira (95% das partidas), Garrincha defendeu o Botafogo.
Já em fim de carreira jogou alguns
meses no Sport Club Corinthians Paulista , no Clube de Regatas do Flamengo , e
no Olaria Atlético Clube, porém já estava longe de seu auge. Integrou o elenco
do Vasco, em um amistoso contra a seleção da cidade de Cordeiro (RJ), marcando
um gol nesta partida. Sua contratação não foi fechada pela equipe cruzmaltina
devido a sua má condição física e foi devolvido ao Sport Club Corinthians Paulista
após o supracitado amistoso.
Jogou sessenta partidas pelo Brasil
entre 1955 e 1966. Em todos os seus jogos, participou de apenas uma derrota (de
3 a 1 para a Hungria na Copa de 66). Com Garrincha e Pelé jogando juntos, o
Brasil nunca perdeu. Mesmo na Seleção Brasileira, Garrincha nunca abandonou sua
forma irreverente de jogar. Voltava a driblar o jogador oponente, no mesmo
lance, ainda que desnecessariamente, só pela brincadeira em si.
Nos clubes, jogou 614
vezes, marcando 245 gols pelo Botafogo e sua carreira profissional se prolongou
de 1953 a 1972. O último gol de Garrincha aconteceu no empate do Olaria
Atlético Clube em 2 a 2 com o Comercial, dia 23 de março de 1972, no Estádio
Palma Travassos em Ribeirão Preto. Foi, inclusive, o único gol de Mané pelo
Olaria.
Garrincha faleceu aos 49 anos em 20
de janeiro de 1983, vítima de cirrose hepática, tendo sido velado num caixão
sob a bandeira do Botafogo. Em seu epitáfio lê-se "Aqui jaz em paz aquele
que foi a Alegria do Povo – Mané Garrincha." Conviveu com o excesso de
ingestão bebida alcoólica ao longo de sua vida, principalmente cachaça. O fato
do seu gosto pela branquinha era tão conhecido que algumas marcas traziam seu
nome.
Em 2010, torcedores do
Botafogo custearam uma estátua de quatro metros e meio e cerca de 300 kg, ao
custo de R$ 56.000,00 pagos ao artista plástico Edgar Duvivier. Essa estátua
encontra-se hoje em frente ao Estádio João Havelange, onde o Botafogo manda
seus jogos.
Já em novembro de 2011
durante a convenção mundial de futebol Soccerex, Eusébio, maior jogador
português e contemporâneo tanto de Pelé quanto Garrincha, declarou abertamente
que considerava Garrincha o melhor jogador de todos os tempos. Garrincha foi
considerado o mais habilidoso jogador que já existiu em todos os tempos pois
sua capacidade de driblar e envolver seus adversários era impressionante. Pelo
Brasil perdeu apenas uma das 61 partidas que fez com a camisa da Seleção. Em
1998, foi escolhido para a seleção de todos os tempos da FIFA, em eleição que
contou com votos de jornalistas do mundo inteiro.
A força do seu carisma
ficou marcada rapidamente nas palavras do poeta de Itabira, Carlos Drummond de
Andrade, numa crônica publicada no Jornal do Brasil, no dia 21 de janeiro de
1983, um dia após a morte do genial Garrincha:
"Se há um Deus
que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi
um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.
Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de
perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que
ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas
voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos
alimente o sonho."
Referências
International Football
Hall of Fame. Visitado em 28 de fevereiro de 2013.
CASTRO, Ruy. In:
Companhia das Letras. Estrela Solitária: um Brasileiro Chamado Garrincha.
Conheça Ulf Lindberg,
o filho perdido de Garrincha (em português brasileiro) Abril.com (27 de junho
de 2008). Visitado em 28 de fevereiro de 2013.
Cavalcante, Messias
Soares. A verdadeira história da cachaça. São Paulo: Sá Editora, 2011. 608p.
Milionários: Di
Stéfano sim, Garrincha não (em português brasileiro)
GloboEsporte.com (9 de
outubro de 2007). Visitado em 28 de fevereiro de 2013.
Asa Branca: Um Sonho
Brasileiro (em português brasileiro) Cinemateca Brasileira. Visitado em 28 de
fevereiro de 2013.
Botafogo de Futebol e
Regatas - Jogos de Nílton Santos e Garrincha (em português brasileiro) Brasil. Visitado em 28 de fevereiro de 2013.
blog de orquídeas: http://www.orquideas.net/
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