Nicolau Copérnico
foi um astrônomo e matemático polaco que desenvolveu a teoria heliocêntrica do
Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador,
jurista, astrólogo e médico.
Sua teoria do Heliocentrismo, que
colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente
Teoria Geocêntrica , é considerada como uma das mais importantes hipóteses
científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da
astronomia moderna.
Nicolau Copérnico, ,
nasceu quando sua cidade natal, Toruń, fazia parte da província da Prússia
Real, no Reino da Polônia. Seu pai era um comerciante de Cracóvia e sua mãe era
filha de um abastado comerciante de Toruń. Nicolau era o mais jovem de quatro
filhos. Seu irmão André tornou-se um cônego da Ordem dos Agostinianos em
Frombork (Frauenburgo). Sua irmã Bárbara, mesmo nome de sua mãe, tornou-se uma
religiosa da Ordem dos Beneditinos e, em seus últimos anos, priora de um
convento em Chełmno (Kulm); tendo morrido após 1517. Sua irmã Catarina casou-se
com Barthel Gertner, também importante comerciante e edil da cidade de Toruń,
com quem teve cinco filhos, cuidados por Copérnico até o fim de seus dias, não
tendo ele próprio se casado ou tido filhos.
Na teoria de Copérnico, a Terra
move-se em torno do Sol. Mas, seus dados foram corrigidos pelas observações de
Tycho Brahe. Com base nelas e em seus próprios cálculos, Johannes Kepler
reformou radicalmente o modelo copernicano e chegou a uma descrição realista do
sistema solar. Esse fenômeno já havia sido estudado e defendido pelo bispo de
Lisieux, Nicole d'Oresme, no século XIV. O movimento da Terra era negado pelos
partidários de Aristóteles e Ptolomeu. Eles argumentavam que, caso a Terra se
movesse, as nuvens, os pássaros no ar ou os objetos em queda livre seriam
deixados para trás. Galileu combateu essa ideia, afirmando que, se uma pedra
fosse abandonada do alto do mastro de um navio, um observador a bordo sempre a
veria cair em linha reta, na vertical. E, baseado nisso, nunca poderia dizer se
a embarcação estava em movimento ou não. Caso o barco se movesse, porém, um
observador situado na margem veria a pedra descrever uma curva descendente – porque,
enquanto cai, ela acompanha o deslocamento horizontal do navio. Tanto um
observador quanto o outro constataria que a pedra chega ao convés exatamente no
mesmo lugar: O pé do mastro. Pois ela não é deixada para trás quando o barco se
desloca. Da mesma forma, se fosse abandonada do alto de uma torre, a pedra
cairia sempre ao pé da mesma – quer a Terra se mova ou não.
O cardeal São
Roberto Belarmino presidiu o tribunal que proibiu a teoria copernicana. Culto e
moderado, ele conseguiu poupar Galileu. Estimulado pelo novo papa Urbano VIII,
seu grande admirador, o cientista voltou à carga. Mas o Papa sentiu-se
ridicularizado num livro de Galileu. E isso motivou sua condenação.
Nicolau Copérnico
A teoria do modelo
heliocêntrico, a maior teoria de Copérnico, foi publicada em seu livro, De
revolutionibus orbium coelestium ("Da revolução de esferas
celestes"), durante o ano de sua morte, 1543. Apesar disso, ele já havia
desenvolvido sua teoria algumas décadas antes.
O livro marcou o
começo de uma mudança de um universo geocêntrico, ou antropocêntrico, com a
Terra em seu centro. Copérnico acreditava que a Terra era apenas mais um
planeta que concluía uma órbita em torno de um sol fixo todo ano e que girava
em torno de seu eixo todo dia. Ele chegou a essa correta explicação do
conhecimento de outros planetas e explicou a origem dos equinócios
corretamente, através da vagarosa mudança da posição do eixo rotacional da
Terra. Ele também deu uma clara explicação da causa das estações: O eixo de
rotação da terra não é perpendicular ao plano de sua órbita.
Em sua teoria,
Copérnico descrevia mais círculos, os quais tinham os mesmos centros, do que a
teoria de Ptolomeu (modelo geocêntrico). Apesar de Copérnico colocar o Sol como
centro das esferas celestiais, ele não fez do Sol o centro do universo, mas
perto dele.
Folha de rosto do
livro De revolutionibus orbium coelestium
Do ponto de vista
experimental, o sistema de Copérnico não era melhor do que o de Ptolomeu. E
Copérnico sabia disso, e não apresentou nenhuma prova observacional em seu
manuscrito, fundamentando-se em argumentos sobre qual seria o sistema mais
completo e elegante.
Da sua publicação,
até aproximadamente 1700, poucos astrônomos foram convencidos pelo sistema de
Copérnico, apesar da grande circulação de seu livro (aproximadamente 500 cópias
da primeira e segunda edições, o que é uma quantidade grande para os padrões
científicos da época). Entretanto, muitos astrônomos aceitaram partes de sua
teoria, e seu modelo influenciou muitos cientistas renomados que viriam a fazer
parte da história, como Galileu e Kepler, que conseguiram assimilar a teoria de
Copérnico e melhorá-la. As observações de Galileu das fases de Vênus produziram
a primeira evidência observacional da teoria de Copérnico. Além disso, as observações
de Galileu das luas de Júpiter provaram que o sistema solar contém corpos que
não orbitavam a Terra.
O sistema de
Copérnico pode ser resumido em algumas proposições, assim como foi o próprio
Copérnico a listá-las em uma síntese de sua obra mestra, que foi encontrada e
publicada em 1878.
As principais partes
da teoria de Copérnico são:
Os movimentos dos
astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos
(epiciclos).
O centro do universo
é perto do Sol.
Perto do Sol, em ordem,
estão Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e as estrelas
fixas.
A Terra tem três
movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo.
O movimento
retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra.
A distância da Terra
ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas.
Se essas proposições
eram revolucionárias ou conservadoras era um tópico muito discutido durante o
vigésimo século. Thomas Kuhn argumentou que Copérnico apenas transferiu algumas
propriedades, antes atribuídas a Terra, para as funções astronômicas do Sol.
Outros historiadores, por outro lado, argumentaram a Kuhn, que ele subestimou
quão revolucionárias eram as teorias de Copérnico, e enfatizaram a dificuldade
que Copérnico deveria ter em modificar a teoria astronômica da época,
utilizando apenas uma geometria simples, sendo que ele não tinha nenhuma
evidência experimental.
O modelo
heliocêntrico
Os filósofos do
século XV aceitavam o geocentrismo como fora estruturado por Aristóteles e
Ptolomeu. Esse sistema cosmológico afirmava (corretamente) que a Terra era
esférica, mas também afirmava (erradamente) que a Terra estaria parada no
centro do Universo enquanto os corpos celestes orbitavam em círculos
concêntricos ao seu redor. Essa visão geocêntrica tradicional foi abalada por
Copérnico em 1537, quando este começou a divulgar um modelo cosmológico em que
os corpos celestes giravam ao redor do Sol, e não da Terra. Essa era uma teoria
de tal forma revolucionária que Copérnico escreveu no seu De revolutionibus
orbium coelestium (do latim: "Das revoluções das esferas celestes"):
"quando dediquei algum tempo à ideia, o meu receio de ser desprezado pela
sua novidade e o aparente contra-senso quase me fez largar a obra feita".
Naquele tempo a
Igreja Católica aceitava essencialmente o geocentrismo aristotélico, embora a
esfericidade da Terra estivesse em aparente contradição com interpretações
literais de algumas passagens bíblicas. Ao contrário do que se poderia
imaginar, durante a vida de Copérnico não se encontram críticas sistemáticas ao
modelo heliocêntrico por parte do clero católico. De fato, membros importantes
da cúpula da Igreja ficaram positivamente impressionados pela nova proposta e
insistiram para que essas ideias fossem mais desenvolvidas. Contudo, a defesa,
quase um século depois, por Galileu Galilei da teoria heliocêntrica vai
deparar-se com grandes resistências no seio da mesma Igreja Católica.
Como Copérnico tinha
por base apenas suas observações dos astros a olho nu e não tinha possibilidade
de demonstração da sua hipótese, muitos homens de ciência acolheram com
cepticismo as suas ideias. Apesar disso, o trabalho de Copérnico marcou o
início de duas grandes mudanças de perspectiva. A primeira diz respeito à
escala de grandeza do Universo: avanços subsequentes na astronomia demonstraram
que o universo era muito mais vasto do que supunham quer a cosmologia
aristotélica quer o próprio modelo copernicano; a segunda diz respeito à queda
dos graves. A explicação aristotélica dizia que a Terra era o centro do
universo e portanto, o lugar natural de todas as coisas. Na teoria
heliocêntrica, contudo, a Terra perdia esse estatuto, o que exigiu uma revisão
das leis que governavam a queda dos corpos, e mais tarde, conduziu Isaac Newton
a formular a lei da gravitação universal. Ainda que imperfeita, pois indicava
que as órbitas dos planetas seriam circulares e não elípticas como se veio a
descobrir, a teoria de Copérnico abriu caminho para as grandes descobertas
astronômicas.
Referências
Iłowiecki, Maciej
(1981). Dzieje nauki polskiej (in Polish). Warszawa: Wydawnictwo Interpress. p.
40.
Nicolau Copérnico é
enterrado de novo na Polônia, 467 anos depois Folha Online (22 de maio de
2010). Visitado em 5 de junho de 2010.
blog de orquídeas: http://www.orquideas.net/
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